O Hindu Dharma (hinduísmo) na Índia é conceituado como uma filosofia da vida que está baseada numa teosofia muito profunda e holística. Esta filosofia trata de todos os aspectos da vida humana como espiritual, social, moral, cultural, econômica e intelectual, tendo como base o karma, e a reencarnação, e como objetivo a transcendência. Não tendo dogmas, doutrinas e mandamentos, esta filosofia deu uma grande liberdade de pensamento que por sua vez deu origem a diversas interpretações espalhadas por toda a Índia, na forma de religiões e seitas. A maioria dos indianos que são hindus aceita os princípios e disciplina originários dos vedas. Os vedas têm uma afinidade muito forte com música, por isto estabeleceu uma relação também muito forte entre a religião e música.


A música clássica indiana possui maior liberdade do que estamos acostumados a perceber e a ouvir por aqui. A começar pela afinação dos instrumentos. Varia de acordo com quem toca, ou seja, o Lá 440 é coisa nossa. Gostamos de seguir padrões. Na música indiana, o Lá pode ser onde o músico bem entender, desde que agrade a seu ouvido. Já é uma forma de desapego dos padrões. A escala é a mesma, só muda o nome. Ao invés de dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, os indianos usam Sa, Ri, Ga, Ma, Pa, Dha, Ni, Sa. Tem que decorar, não adianta.
A evolução da Música Indiana começa com os Vedas. Esta literatura datada aos milhares de anos foi composta na forma de poesia e era cantada com ritmo. Essas melodias com o tempo integraram a vida inteira do ser humano desde o nascimento até a cremação e assim a música colocou o mito perto da criação e da natureza. Convivendo junto com a natureza o homem começou a aprender o efeito das notas nas estações do ano e isto o ajudou a transformar o trabalho em prazer, pois o canoeiro, o vaqueiro, o pastor, todos tem suas canções que pulsam no ritmo de seus trabalhos.
